sábado, 30 de junho de 2007

O lado negro da web 2.0

Interessante (e polêmica) a tese do inglês Andrew Keen no livro The Cult of the Amateur - How Today’s Internet Is Killing Our Culture, um lançamento da Doubleday. Os críticos se dividiram, mas o fato é que o tema chama a atenção de muita gente. Aqui uma resenha do Times de Londres. Vale uma entrevista com o autor. O assunto rende e Keen sabe vender seu peixe. Um trecho do capítulo 1:

"The Web 2.0 revolution has peddled the promise of bringing more truth to more people—more depth of information, more global perspective, more unbiased opinion from dispassionate observers. But this is all a smokescreen. What the Web 2.0 revolution is really delivering is superficial observations of the world around us rather than deep analysis, shrill opinion rather than considered judgment. The information business is being transformed by the Internet into the sheer noise of a hundred million bloggers all simultaneously talking about themselves."

As mil e uma vidas

Todos os 600 milhões de gatos domésticos do mundo são descendentes da subespécie conhecida como Felis silvestris lybica, originária do Oriente Médio. A descoberta é de pesquisadores americanos e apareceu na edição de hoje do jornal The New York Times.

Yo no creo en las brujas, pero...

Uma reportagem do programa de TV Primer Impacto sobre a aparição de bruxas na região de Monterrey, no México, mostra imagens de uma "delas" voando e traz até depoimentos de policiais que foram supostamente atacados. Como eu sempre digo, em espanhol tudo parece mais divertido. Assista. Desde Mexico, Alejandro Mendoza tiene los impactantes testimonios.

Os alunos do Complexo do Alemão

O repórter Juan Torres fez ótima matéria para a revista Nova Escola sobre o chamado “atendimento pedagógico emergencial”, solução encontrada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro para atender aos alunos das escolas fechadas por causa da violência. São quatro turnos de duas horas de aula cada, em salas divididas com tapumes e com mais de um professor. Juan acompanhou o primeiro dia de aula nessas condições. Essencial para quem está cobrindo ou acompanhando o caso com atenção.

Pausa para um pouco de humor

Hoje é sábado: deixo com você os cartuns da mais recente edição da The New Yorker. Estão ótimos. Ponha os pés sobre a escrivaninha, coloque a agulha da vitrola em Baubles, bangles and beads e descanse.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Relógios de pulso viram motocas

José Geraldo Reis Pfau é publicitário há mais de 30 anos em Blumenau. Ele faz miniaturas de motos usando peças de relógios de pulso, como mostra a foto ao lado. A imprensa do sul já publicou algumas poucas matérias sobre ele, mas não custa nada noticiar aqui, já que alguém pode se interessar pela pauta. "A pulseira de couro vira assento das motos, mostradores de relógios são aros das rodas, as máquinas dos relógios viram motores e assim por diante", diz um texto do site. Em tempos de reciclagem, já sei para quem doar meu Ômega todo surrado. Gostei.

Os ricos e nós

Para a pauta de Economia e Negócios: o economista Ha-Joon Chang (foto) é o autor de "Rich Nations, Poor Policies and the Threat to the Developing World", livro que será lançado no dia 5 de julho pela editora Random House. Neste artigo para a revista Prospect ele explica como quase todos os países que ficaram ricos protegendo suas indústrias e limitando o investimento externo, agora negam às nações mais pobres a mesma oportunidade de crescer, forçando-os a aceitar tratados de livre-comércio. Chang, que leciona em Cambridge, daria um ótimo personagem para uma entrevista. Comprar os direitos do texto da Prospect também seria um bom negócio.

"Mãe... Só tem uma!"

Você é mulher, tem entre vinte e poucos e trinta e tantos e é muito apegada à sua mãe? Só agora a psicologia começa a estudar esse fenômeno, segundo nos conta a jornalista Stephanie Rosenblaum nesta divertida reportagem de comportamento publicada pelo The New York Times.

A indústria de revistas nos EUA

O jornal Chicago Tribune pediu a vários editores de revistas dos Estados Unidos que falassem sobre tendências, a Internet e outras variáveis que influenciam o mercado em que atuam. Leitura obrigatória para jornalistas e estudantes de jornalismo. E uma pauta que pode ser feita por aqui, facilmente, pelos jornais que cobrem mídia e publicidade. Will Dana, que edita a Rolling Stone americana, disse o seguinte sobre tendências (vou deixar no original em inglês porque a minha tradução estragaria o suck e o bland que ele colocou na frase):

"To me, the big rule right now is that you can't be bland and you can't suck. There is a huge rush in the industry to think of your publication as a brand, and then extend that brand onto platforms. This is obviously a crucial thing to be doing, but in all this thinking about how you are going to reinvent yourself, you had better not forget about what got you established in the first place."

A matéria completa está neste link.
PS: Para quem está chegando agora um aviso: o Chicago Tribune é grátis mas pede um cadastro (como o NYTimes). É rápido, tipo 2 minutos.

Vinhetas inteligentes

Quem são os responsáveis pelas vinhetas deste programa infantil da TV pública japonesa? São simplesmente incríveis. Minha favorita é a quarta.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Um vinho allegro moderato...

Uma pauta ótima: resultados de um estudo realizado por cientistas italianos mostram que música clássica ajuda a aumentar a produtividade dos vinhedos. Os resultados não são conclusivos, mas os pesquisadores notaram que, na área em que caixas de som foram instaladas, a produção foi maior - e mais rápida. A foto aí ao lado (meio posada demais) foi tirada pelos produtores do vinho "Il Paradiso di Frassina", na região da Toscana, onde o experimento foi realizado (até me deu vontade de tomar um Chianti ouvindo Nelson Freire, mas fica para outra hora, outro dia). A matéria, do jornalista Nico Martinelli, foi publicada na versão online da Wired e explica com detalhes a evolução dessa pesquisa. Leia aqui. Eu até imagino como deve ter sido difícil a vida desses cientistas. Só imagino.

O ataque das listas

Matthew Felling, em seu blog na CBS, diz que o verão americano é a temporada das listas na imprensa dos EUA. “Os 100 melhores”, “As 30 mais”... Sempre que falta assunto, pimba, tiram uma lista do colete e colocam na pauta. No Brasil é assim?

Um arquivo sobre Harry

Para quem estiver preparando uma pauta sobre o lançamento do sétimo e último volume da saga de Harry Potter, que acontece no dia 21 de julho, sugiro uma passada nesta página criada pelo The Guardian. Nela é possível navegar por notícias, resenhas e reportagens que já foram publicadas no jornal sobre os livros anteriores da série. Esta matéria recente do The New York Times também é uma boa leitura: fala sobre as especulações a respeito do que acontecerá com o personagem no final e sobre os fãs que não querem saber de gente contando o fim da história antes da hora. No Brasil, a editora Rocco ainda não definiu a data de lançamento de "Harry Potter e as Relíquias da Morte".

Humor anárquico

Li na revista New York que Eric Idle, ex-integrante do grupo de humor Monty Python, está montando um espetáculo de dança. Tá, sei que essa notícia não interessa a muita gente e pode valer no máximo uma nota (como aconteceu na New York). Mas é um bom gancho para mostrar esta página incrível, que disponibiliza vários trechos de programas e de filmes da trupe.

Ele quer muito um iPhone

Conheça o cara que está no primeiro lugar da fila para comprar um iPhone na loja da Apple, na Quinta Avenida, em Nova York. "Garotas, ele é solteiro", diz a Valleymag. As vendas do telefone começam amanhã.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

"Comunismo chic" em Berlim

Um recém-inaugurado albergue de Berlim oferece aos viajantes uma “experiência comunista”. A idéia é a seguinte: o fulano se hospeda lá e experimenta, todo pimpão, como era a vida antes da queda do muro de Berlim. A arquitetura, a decoração, os souvenirs da época da Alemanha Oriental, a música que sai da vitrola, tudo foi pensado para fazer o hóspede se sentir em pleno regime de Erich Honecker. Acho que os suplementos de turismo deveriam ver isso de perto. Existe mesmo na Alemanha uma nostalgia pelos tempos perdidos atrás do muro, pré-1989. O filme "Adeus, Lênin" (2003) trouxe aquela época ao imaginário dos alemães mais jovens. Este ano, "A Vida dos Outros" (que mostra como a polícia secreta da Alemanha Oriental trabalhava) ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Só falta relançarem o Trabant. A reportagem sobre o albergue está na Der Spiegel.

Paulo Francis inédito: só em setembro

Roberto Nolasco, da Editora Francis, me diz que o livro inédito do jornalista Paulo Francis, “Jogando Cantos Felizes”, que deveria sair no final do primeiro semestre de 2007, ficou para a programação de setembro. Anote na agenda. Esta semana a editora relançou o livro de memórias de Francis, “O Afeto Que Se Encerra”. Ainda não comprei, mas tenho uma edição da Civilização Brasileira, de 1981, que ganhei da Sonia Nolasco quando nos encontramos em Nova York. Abro na página 7 e dou de cara com uma frase de Graham Greene: “A inocência é uma forma de insanidade”. É isso.
Mais sobre o Francis nesta matéria que a Bravo! publicou em janeiro (textos de José Onofre e Sonia Nolasco).

A história da AK47

Notícias sobre apreensões de fuzis AK47 nas favelas do Rio de Janeiro já não impressionam (o Google dá 31.100 resultados para “AK47” + “Rio de Janeiro”). Uma sugestão de leitura para quem cobre a violência nos morros (ou para qualquer um que se interesse por guerras, urbanas ou não) é o livro "AK47 – The History of the People’s Gun", de Michael Hodges, que acaba de ser lançado na Grã-Bretanha. O fuzil, conhecido também por Kalashnikov, é considerado a arma mais influente do pós-guerra e há mais de meio século tem sido a escolha de terroristas, revolucionários e criminosos ao redor do mundo. Hodges fez um minucioso trabalho de pesquisa sobre o assunto. Leia uma resenha, publicada pelo Times de Londres. Uma entrevista com o autor daria uma boa matéria para um fim de semana.

Apertem os cintos

O pessoal da revista U.S News & World Report não deve fazer idéia do que anda acontecendo nos aeroportos brasileiros nos últimos tempos. De qualquer forma, este especial preparado por eles para ajudar os americanos a suportarem as viagens de avião (e o stress nos aeroportos) traz idéias que podem servir de inspiração para jornalistas brasileiros. São várias retrancas, uma delas feita com uma comissária de bordo que trabalhou 30 anos numa companhia aérea e escreveu um livro com dicas para passageiros.

terça-feira, 26 de junho de 2007

As melhores revistas dos EUA

Todos os anos o jornal Chicago Tribune publica a lista Our 50 Favorite Magazines. A nova avaliação saiu hoje. O site é grátis, mas às vezes exige o preenchimento de um cadastro.

Doces garotas

No livro “Girls Gone Mild”, um lançamento da editora Random House, Wendy Shalit escreve que hoje em dia muitas jovens estão recuperando um antigo ideal de feminilidade (um movimento que seria uma espécie de reação a uma cultura ultra sexualizada que se espalhou pelo mundo contemporâneo). Já li sobre esse assunto aqui e ali, mas o trabalho de Shalit pode ser gancho para uma pauta de comportamento mais elaborada. Leia resenha publicada no The Wall Street Journal .

13 coisas, 13 reflexões

Achei no meu baú o texto de despedida do primeiro ombudsman do The New York Times, Daniel Okrent. É um ótimo ponto de partida para várias reflexões sobre as práticas nas redações. Para quem não se lembra, Okrent assumiu o posto na ressaca do caso Jayson Blair. Leia 13 Things I Meant to Write About but Never Did. Deixo aqui o item 6 do artigo, sobre jornalismo cultural:

6. There are few traits more valuable to a great cultural critic than a consistent aesthetic viewpoint. But a consistent aesthetic viewpoint inevitably fosters blind spots in the field of vision. If a critic just doesn't like the work of a particular playwright (or painter or singer or novelist), both the playwright and the readers lose out. He never gets a fair chance; we never get a fresh take. How about term limits - say, 10 years - for critics?

Revolução Cultural na prateleira

A China está na pauta do dia e este site vende uma coleção imensa de itens originais de propaganda da revolução cultural chinesa. Livros vermelhos, objetos de porcelana, pôsters, relógios, roupas e figuras de bronze, entre outros produtos, estão no catálogo online dessa loja que, para minha surpresa, fica em plena Califórnia, Estados Unidos. Vale navegar pelos catálogos e refletir sobre o culto à personalidade de Mao Tse-Tung, que ainda hoje segue forte. Rende uma boa nota para um site ou um pequeno box dentro de uma matéria sobre o país. Os designers vão gostar dos cartazes.
PS: Eles entregam no Brasil.

10 questões sobre Educação

Na coluna "Pense Nisso", da revista Nova Escola, o professor Luiz Carlos de Menezes, físico e educador da USP, enumera dez questões centrais do nosso sistema educacional. Cada uma delas abre caminho para várias pautas sobre o tema. (É só fazer o download da página em PDF).

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O terror das celebridades

Conheça Harvey Levin, o homem que representa o futuro do jornalismo de celebridades. Ele é editor-executivo e âncora do site TMZ.com, que tem dado vários furos jornalísticos na área em que atua. “Nós nos tornamos meio que a The Associated Press no mundo que a gente cobre”, diz. Uma entrevista com ele a respeito das celebridades americanas e sobre esse tipo de jornalismo seria uma daquelas matérias curiosas, que todo mundo gosta de ler.

domingo, 24 de junho de 2007

Sem tempo para sexo

O Guardian diz que a última moda das editoras é publicar manuais sobre sexo para pessoas que não têm mais tempo de fazer sexo. O jornal inglês aproveitou e publicou 10 dicas sobre o assunto, compiladas dos últimos lançamentos desse novíssimo gênero editorial. Bom assunto para as revistas femininas, não?

"Olá, tudo bem?"

A revista Veja publicou uma nota em sua mais recente edição informando que a editora Larousse venceu a batalha com a Planeta e lançará, no fim do ano, a biografia do bispo Edir Macedo. É uma pauta muito interessante e que merece atenção. Para quem ainda não sabe, o livro está sendo escrito por dois funcionários da Rede Record de Televisão, os jornalistas Douglas Tavolaro e Paulo Henrique Amorim. Recentemente, Paulo Henrique Amorim deu uma palestra sobre telejornalismo na Casa do Saber, em São Paulo, que fazia parte do curso "Por Dentro Da TV". Na ocasião, disse que nunca sofreu censura na TV Record. Segundo ele, as restrições eram maiores quando trabalhava na Rede Globo. "Evidentemente que a TV Record não faz proselitismo a favor do catolicismo. Porque o líder da Igreja Universal é o maior acionista da TV Record, o bispo Edir Macedo. A mesma coisa que, se eu trabalhasse na Globo, fosse fazer proselitismo a favor da TV Manchete. Agora, eu trabalhei na Globo, trabalho na Record, e as restrições na Globo são muito maiores", afirmou. A íntegra da aula está aqui.

Um repórter poderia agendar uma entrevista com os dois autores da biografia e adiantar temas que aparecerão no livro. E repercutir com William Bonner essa declaração de Paulo Henrique Amorim sobre o jornalismo da Globo. Este ano a Fundação Perseu Abramo publicou uma entrevista com Paulo Henrique, mas nada foi perguntado sobre o livro. Ao falar sobre a realidade atual da TV Brasileira, Paulo Henrique identificou um fenômeno: disse que "pela primeira vez a Globo tem um adversário com grana, a Record".
Muita grana.

As relíquias de Machu Picchu (nos EUA)

O Peru quer repatriar cerca de 5000 artefatos de valor histórico que foram retirados de Machu Picchu pelo explorador americano Hiran Bingham em 1912 e que desde então estão na Universidade de Yale. A revista do jornal The New York Times fez uma exaustiva reportagem de capa sobre o assunto, lembrando de outros casos recentes de países como Grécia, Egito e China, que também buscam reaver relíquias retiradas de seus territórios.

O nome virou negócio

Você acha que existem muitas “Marianas” no mundo? Alguns pais americanos estão tão preocupados com a questão que envolve a escolha de um bom nome para os filhos que até contratam consultores para ajudá-los. Se parece estranho, leia esta matéria (“The Baby-name Business”) publicada no The Wall Street Journal.

A âncora da CNN na web

A jornalista Nicole Lapin tem apenas 23 anos, lembra um pouco a atriz Lindsey Lohan e é uma das mais jovens âncoras na história da CNN. Nicole foi escolhida para ser a apresentadora do CNN.com Live Video, o serviço de notícias online da emissora. No momento, ela está produzindo uma série de reportagens sobre jovens que estão influenciando o mundo de alguma maneira (e muitas das idéias e sugestões que está usando vieram de internautas que deixaram recados em seu blog). A revista Wired de julho fez uma matéria com ela. Qualquer pauta sobre jornalismo na web ou jornalismo cidadão deveria incluir uma conversa com essa moça, já que o futuro da notícia quente está mesmo na internet. Nicole e a equipe que trabalha com ela devem ter informações interessantes sobre esse tema. A foto deste post, que mostra a jornalista na redação da CNN, é de Christopher T. Martin.

sábado, 23 de junho de 2007

A grande época de Portugal

Li uma notinha no Estadão de hoje, na coluna Persona, sobre a exposição “Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries”, que abre amanhã no Smithsonian Institute, em Washington. A nota diz que o curador da exposição, Jay Levenson, veio ao Brasil escolher obras de arte e objetos relacionados com o encontro entre Portugal e Brasil durante o período das grandes navegações. Seria interessante ouvir o que ele tem a dizer sobre o tema, saber dele o que exatamente foi escolhido, etc. Um trecho do material de divulgação:

"The exhibition presents approximately 250 objects produced by each of the cultures touched by Portugal’s early trade routes. Organized by the Smithsonian Institution’s Freer Gallery of Art and Arthur M. Sackler Gallery, with support from the Ministry of Culture of Portugal, “Encompassing the Globe” will be on view June 24 through Sept. 16 at the Arthur M. Sackler Gallery and the neighboring National Museum of African Art."

O contato da assessoria lá em Washington é James Gordon: (202) 633-0520

Um novo hotel na Amazônia

Só consegui ler a VIP de junho hoje (a de julho está quase saindo). Encontrei na seção Viagem uma matéria bem bacana sobre um hotel que foi inaugurado na Amazônia, mais precisamente em Novo Airão, a 170 km de Manaus. Chama-se Anavilhanas Lodge e, segundo a autora do texto, Loredana Kotinski, é um lugar em que "a sofisticação convive perfeitamente com a rusticidade e as maravilhas naturais da maior floresta tropical do mundo". Não tinha lido sobre isso em nenhum lugar. Imagino que os suplementos e os sites de turismo possam se interessar. Ah, para quem quiser ir, o pacote mais barato, de três dias, custa R$ 598 por pessoa. Inclui pensão completa. (Queria colocar uma foto do hotel aqui para ilustrar este post mas a tecnologia usada no site não permite que eu dê um "copiar e colar". Fica a dica para que eles deixem umas fotos na seção de downloads).

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Era uma vez um cara chamado Gutenberg

Sim, eu sei que muita gente já viu, lincou e coisa e tal, mas faço a minha lição de casa e coloco aqui o vídeo Prometeus, brilhante trabalho realizado pela consultoria italiana Casaleggio Associati. Valeria falar com eles sobre essa produção e saber que tipo de estudos sobre mídia eles têm no portfólio. Prometeus é uma linha do tempo da história da mídia, de hoje até 2050... Vale a pena dar uma olhada nas apostas que eles fazem.

Turma do funil

Em São Paulo: o musical Sassaricando, idealizado pelo jornalista Sérgio Cabral e pela historiadora Rosa Maria Araújo, estréia dia 5 de julho no Tom Brasil. Imperdível. Aqui, matéria publicada pelo Globo sobre o espetáculo. O repertório é sensacional. E Sérgio Cabral tem muito o que dizer para um bom entrevistador.

Corpinho de brasileira, lição número 1

Esta aqui é muito boa: todo ano surge uma nova moda nas academias de ginástica. Afinal, é preciso ser criativo para atrair os alunos para dentro da chatice que é freqüentar esses lugares. Pois bem, depois do pilates, do kick-boxing e do spinning, chegou a vez de uma técnica chamada bodyBrasil (assim mesmo, com letra minúscula e tudo junto), inventada pelo americano Brett Hoebel, fundador da Hoebel Fitness. Até a Vogue americana indicou para as suas leitoras. A descrição do método, segundo o próprio Hoebel, é a seguinte: “As featured in Vogue and Shape magazine, bodyBrasil™ is a total-body conditioning class that fuses lower-body and core strengthening drills from capoeira with upper-body exercises using weights. Without bulky equipment, this class teaches you how to get your body ready for the beaches of Brazil!”

Ou seja, a idéia parece que é fazer com que as mulheres americanas fiquem tão gostosas ao ponto de serem confundidas com as brasileiras das praias do Rio de Janeiro. É isso? Uma entrevista com Brett esclareceria tudo. Afinal, de que cartola ele tirou esse método?

PS: Para quem quiser experimentar (e fotografar) as aulas, elas acontecem todas as quartas-feiras, às 19h30, na academia Aerospace, em Nova York. A aula tem uma hora de duração.

Proteção no Iraque

Para a editoria de Internacional: empresas de segurança particular estão atuando como nunca no Iraque (muitas vezes fazendo o trabalho que antes era realizado pelos militares). Mas um estudo do Project for Excellence in Journalism (PEJ) mostra que essas atividades quase não aparecem na mídia. Em cerca de 100 mil matérias sobre o conflito publicadas nos Estados Unidos, o PEJ encontrou apenas 248 que, de alguma forma, falavam sobre o assunto. Tem uma história aqui.

O pior perfil jamais escrito?

Quer entender as regras do jogo na relação entre jornalismo e celebridades nos Estados Unidos? Então leia este texto de Ron Rosenbaum a respeito da matéria de capa que a Esquire acaba de fazer com a atriz Angelina Jolie. O título dado por Rosenbaum é uma provocação: “The Worst Celebrity Profile Ever Written?”. Um trecho:

The fact is, celebrities don't need a signed contract—celebrity profilers know that the power lies in the hands of PR people, who in many cases demand writer approval before committing one of their stars to a cover story. And no profiler who makes a lucrative living off elaborate fawning wants to do anything that might jeopardize his pre-approval status.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Dunga na "Der Spiegel"

O New York Times News Service Syndicate colocou uma entrevista da Der Spiegel com o técnico Dunga em seu cardápio de matérias. Para saber o preço e a disponibilidade é preciso entrar em contato com a representante deles no Brasil, Regina Marzagão: marzars@nytimes.com.

A pauta traz um trecho da conversa:

Poverty Is No Good for Anything
Christoph Biermann. 1400 words.
SPIEGEL in-depth interview with the coach of the Brazilian national football team, Carlos Dunga, about the crisis of his international star Ronaldinho, the world-wide traffic in Brazilian talents, and his team's prospects for success at the South America Championships in Venezuela:
'Ronaldinho came back from his holidays after the World Cup and was playing again the very next day. How was he supposed to play a good season without any proper foundation? But of course everyone wants him to play-myself included. … Our clubs need to be protected better by new laws. In my day, some players went abroad when they were 25 or 26 years old. Nowadays clubs are already selling off their players to Europe at the age of 17 or 18, in order to receive a transfer payment at all. … Brazil always has to win.'

O mundo de Ponch e Baker

As revistas mensais já estão começando a preparar a pauta de suas edições de agosto. Será que alguma delas falará a respeito deste lançamento em DVD? A Warner do Brasil chegou a confirmar, mas é preciso checar com a assessoria de imprensa. Nostalgia pura. Nos Estados Unidos, a caixa acaba de sair.

"You talkin' to me?"

Este cara daria uma boa entrevista para uma edição de domingo de um jornal: Graham Russell Gao Hodges escreveu o livro Taxi! A Social History of the New York City Cabdriver, que acaba de sair pela The Johns Hopkins University Press. A resenha do International Herald Tribune foi simpática. Um trecho: In this informative, solid history, Graham Russell Gao Hodges traces the story of the cabdrivers from 1907, when the first metered taxis appeared on New York streets, to the present. He writes with obvious sympathy, having driven a hack himself before moving on to academic labors as a historian at Peking University and Colgate. Loneliness is a running theme in "Taxi!": if the title were not already taken, Hodges could have called his compact history "One Hundred Years of Solitude."

A arte de dormir no trabalho

Uma sugestão de leitura: a jornalista inglesa Rebecca Mead, que há uma década trabalha na redação da The New Yorker, escreveu este pequeno texto sobre os benefícios da soneca durante o expediente. Vale olhar. Para quem não se lembra, Rebecca é aquela que esteve no Brasil em 2003 e fez uma devastadora matéria sobre a Daslu e a elite paulistana, que mereceu resposta da socialite Ruthinha Malzoni. Quem não teve a oportunidade de ler, encontra a reportagem neste link. Pode servir como material de pesquisa para uma futura pauta. A loja de Eliana Tranchesi entra e sai do noticiário, não tem jeito.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Quem mexeu no meu queijo?

Na França, querem mudar as regras para a fabricação do queijo Camembert. Os puristas, claro, não estão gostando nada da idéia. Uma típica polêmica francesa. Esta matéria da jornalista Elaine Sciolino explica tudo. O assunto rende uma boa nota para as publicações sobre gastronomia.

Os fotógrafos da Favela da Maré


A foto acima é de Adriano Rodrigues e ilustra a capa da próxima Democracia Viva, revista trimestral do Ibase (ONG fundada por Betinho nos anos 80, dedicada à promoção da cidadania), que circula a partir de 25 de junho. Rodrigues é um dos profissionais da Agência Imagens do Povo, com sede na Favela da Maré, zona norte do Rio. A imagem retrata uma aula de ginástica olímpica na Maré, onde vivem 132 mil pessoas. A Agência Imagens do Povo é parte do projeto "Escola de Fotógrafos Populares" da ONG Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro. Acompanhar a atuação desses fotógrafos valeria uma ótima matéria, ainda mais às vésperas dos Jogos Pan-Americanos. (Eles serão pautados para trabalhar durante o evento? Quem publicará essas fotos?). E acho que mais além do valor jornalístico do tema, essa agência pode ser uma parceira muito interessante de publicações que gostariam de fazer um ensaio fotográfico criativo no Rio, já que seus integrantes têm acesso a uma realidade que pouca gente conhece. Vale acionar a assessoria do Ibase para conhecer a revista Democracia Viva e para pegar os contatos da escola. O e-mail é imprensa@ibase.br

ABC da reciclagem

Um assunto que chama cada vez mais a atenção da mídia: a questão da reciclagem do lixo. Esta reportagem da The Economist é um ótimo ponto de partida para quem vai começar uma apuração sobre o tema e precisa detalhar os pontos mais importantes de uma pauta. Texto claro, objetivo, com muitas informações relevantes, como quase tudo o que sai nas páginas dessa publicação inglesa.

Apagão gastronômico


Acho que há mais ou menos uma década o crítico gastronômico Saul Galvão publicou um texto comparando a comida servida por várias companhias aéreas. Mas era uma época de vacas gordas. Agora, com a onda dos “vôos econômicos”, valeria retornar ao assunto: em qual das companhias brasileiras come-se melhor? Ou a pergunta poderia ser: quem serve a melhor barra de cereais? E o melhor micro café da manhã? Não vale testar a primeira classe. Ah, sugiro uma pesquisa no Airmeals.net. Tem pratos ótimos.

PS: A Bravo! indicou uma galeria de fotos que mostra uma época das viagens aéreas “onde o que dominava era o luxo e a sofisticação de estar no ar em direção a lugares belos e exóticos”. Veja comendo castanhas e ao som de Sérgio Mendes.

Onde está Petrônio?

Os jornalistas que se formaram no século 21 talvez não conheçam Petrônio, ou melhor, Pepe Escobar (foto), um dos grandes nomes da imprensa brasileira dos anos 80. Ele vem atuando com certa freqüência na Ásia, publicando reportagens no Asia Times. Recentemente, lançou um livro. Alguém poderia entrevistá-lo sobre suas viagens pela Ásia e, claro, sobre suas reminiscências de uma época nostálgica da imprensa. Pepe deve ter muita coisa para contar. Fica a sugestão.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Babaca, gênio e sociopata


A Piauí bem que poderia comprar os direitos desta matéria sobre Steve Jobs, publicada na mais recente edição da revista New York. Mas não só ela. Qualquer publicação que tenha tecnologia na pauta – jornal ou revista – deveria entrar no leilão. O fundador da Apple é sempre um ótimo assunto para os leitores, ainda mais quando o texto é de qualidade, como é o caso. O autor da reportagem é o jornalista John Heilemann, que já foi da The New Yorker e da The Economist. Reproduzo abaixo a abertura (mas reserve um tempo para ler tudo, vale a pena). Vamos ao lead:

"He saunters out onstage, and the first thing you think is, man, Steve Jobs looks old. The second thing you think is, no, not old: He finally looks his age. Well into his forties, Jobs appeared to have pulled off some kind of unholy Dorian Gray maneuver. But now, at 52, his hair is seriously thinning, his frame frail-seeming, his gait halting and labored. His striking facial features—the aquiline nose, the razor-gash dimples—are speckled with ash-gray stubble. A caricaturist would draw him as a hybrid of Andre Agassi and Salman Rushdie. The senescence on display is jarring, but it’s also fitting. After three decades as Silicon Valley’s regnant enfant terrible, Jobs has suddenly, improbably, morphed into its presiding éminence grise."

Ah, o iPhone será lançado no dia 29 de junho.


PS: os adjetivos usados no título deste post qualificam Steve Jobs e foram usados pelo autor na matéria da New York.

A Reuters e a SPFW, parte 2

Blogueiro da Reuters dá outro peteleco na São Paulo Fashion Week. Desta vez o alvo é o estilista Lino Villaventura. Um prato cheio para os sites brasileiros (só fico na dúvida se de moda ou de humor). Tire a sua conclusão.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Dois pauzinhos

No ano que vem o Brasil comemorará o centenário da imigração japonesa (para marcar a data oficialmente será realizada uma Semana Cultural Japonesa no Parque Anhembi, na semana do dia 18 de junho - data da chegada do primeiro navio imigrante japonês no Brasil, em 1908). Os jornais falarão bastante sobre o assunto, com pautas sobre artes marciais, o bairro da Liberdade e, claro, a gastronomia. Sobre este último assunto recomendo dois lançamentos recentes que podem inspirar ótimas matérias: The Zen of Fish - The Story of Sushi, From Samurai to Supermarket, de Trevor Corson (clique aqui para ir ao site oficial na editora Harper Collins) e The Sushi Economy - Globalization and the Making of a Modern Delicacy, de Sasha Issenberg (aqui, uma boa crítica publicada no Village Voice). Deixo um trecho do livro de Trevor Corson, do capítulo 9, sobre robôs que preparam sushis:

Like the robots that build cars in the factories of Toyota and Honda, sushi-making robots have become commonplace in Japan, laboring tirelessly behind the scenes at mass-market sushi establishments. In Europe, owners of conveyor-belt sushi restaurants have been known to install elaborate, stainless-steel sushi robots in plain view, where customers admire their high-tech wizardry. But in the U.S., sushi robots are a well-kept secret. Most restaurant owners keep them out of sight, and use them for takeout and delivery orders.

Toshi pressed a button on the GTO. Gears clicked and motors whirred. The GTO could crank out professional-grade rectangles of pressed sushi rice at speeds approaching 1,800 per hour. But it jammed. Toshi cursed.

“It’s not working!”

domingo, 17 de junho de 2007

Felicidade instantânea

Esta aqui é bem típica da revista Time: "20 maneiras de ficar (e de continuar) feliz". Mas esse tipo de matéria sempre rende bons índices de leitura.

Por falar no assunto, indico este livro aqui, que passou meio despercebido pelos pauteiros.

A Reuters e a SPFW

Um dos blogs da Reuters, o Oddly Enough, tira um sarro de uma das criações da Zoomp para a São Paulo Fashion Week. Leia aqui.

Para quem não sabe a Reuters mantém um serviço de notícias bizarras chamado "Oddly Enough" que é assinado por vários jornais e sites (fornece basicamente aquelas notícias que todo mundo gosta de mandar por e-mail para os amigos ou de comentar no trabalho). Uma coisa meio na linha Notícias Populares.

Não tem cara de tiozão

A clássica crise de meia idade, uma obsessão dos EUA, fez surgir mais uma novidade. Depois dos carrões e das motos possantes, agora os homens americanos já grisalhos e pais de família estão esvaziando a garagem para ocupá-la de uma outra forma: montando bandas de garagem. A reportagem é de Katie Hafner.

As escolas de música do Brasil estão repletas de adultos que foram atrás dos seus instrumentos dos sonhos depois de velhos. Só não sei se eles têm se reunido para tocar...

Para sempre. Ou não.

Uma outra notícia publicada no The New York Times de hoje que pode interessar aos editores. No meio de uma matéria sobre remoção de tatuagens, que traz depoimentos de tatuados arrependidos e de médicos dermatologistas - até aí nada de novo - aparece uma informação inédita no Brasil: o surgimento de um tipo de tinta desenvolvido para ser removido mais facilmente por meio de um tratamento específico a laser. A tecnologia dessa nova tinta (que foi batizada de Freedom 2) foi criada por cientistas do Massachussets General Hospital e das universidades de Duke e Brown. O responsável pelo projeto, Martin Schmieg, explica o conceito:

“We think the fence-sitters who always wanted a tattoo but have been afraid of the permanence will jump in and get tattoos. But as your life changes from young to middle-aged to older, from single to married to divorced, you get tattoo regret, so we think the tattoo removal market will increase as well.”

Com os tatuadores cada vez mais ocupados, desde que a tatuagem se popularizou e virou "acessório", está aí um novo nicho de mercado. A reportagem completa está aqui.

Perguntas de bar

Duas perguntas que podem dar samba para os jornais paulistanos ou para a Veja SP: o bar Supremo, de Roberto Suplicy, não está para reabrir? E o que acontecerá com o ponto do extinto Pandoro?

Neste link está uma matéria bem antiga que o jornalista Augusto Nunes escreveu sobre os Jardins. Use a barra de scroll e vá até o box, que é sobre o Supremo. Velhos tempos.

Honestidade radical

A Esquire de julho (Angelina Jolie na capa) traz uma reportagem interessante sobre um movimento chamado "Radical Honesty". Fundado por Brad Blanton, um psicoterapeuta americano, basicamente diz o seguinte: todos as pessoas seriam mais felizes se parassem de mentir. "Fale a verdade, o tempo todo", recomenda. Nada de filtros mentais: "Se você pensar, fale". Apenas para dar um exemplo, um trecho da matéria:


  • "If you are having fantasies about your wife's sister, Blanton says to tell your wife and tell her sister. It's the only path to authentic relationships. It's the only way to smash through modernity's soul-deadening alienation".

O repórter Dan Winters solicitou a entrevista por e-mail. Não deve ser difícil. É uma pauta perfeita para o Fantástico, por exemplo. Ou para qualquer revista que publique matérias sobre comportamento.

Meditação para crianças

Esta reportagem publicada hoje no The New York Times certamente é uma forte candidata a aparecer na mídia brasileira: escolas americanas estão incluindo a prática da meditação na rotina dos seus alunos. Com o título "In the Classroom, a New Focus on Quieting the Mind", o texto informa que a prática é nova, mas já é adotada por vários colégios; e que o departamento de psicologia de Stanford é uma das instituições que está estudando os possíveis benefícios para as crianças:


  • At Stanford, the psychology department is assessing the feasibility of teaching mindfulness to families. “Parents and teachers tell kids 100 times a day to pay attention,” said Philippe R. Goldin, a researcher. “But we never teach them how.”
    “If we can help children slow down and think,” Dr. Haick said, “they have the answers within themselves.”
É um assunto que interessa muito aos pais, os editores sabem. Os jornais e revistas brasileiros poderiam repercutir essa notícia com educadores e psicólogos daqui. Fica a sugestão.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Novo livro de Woody Allen



Depois de 25 anos, um novo livro de Woody Allen chega às livrarias. Chama-se "Mere Anarchy" e traz 18 textos, a maioria deles publicado pela The New Yorker. Aqui a resenha publicada pelo Los Angeles Times.

Nick Tosches e o sushi


Quem ainda não conhece o estilo do escritor e jornalista americano Nick Tosches, autor de "A Última Casa de Ópio", editado aqui no Brasil pela Conrad, deve dar uma olhada nesta reportagem publicada pela revista Vanity Fair. Tosches foi ao Japão e escreveu sobre o maior mercado de peixes e frutos do mar do mundo, o Tsukiji (que ocupa uma área equivalente a mais ou menos 40 campos de futebol). Para quem gosta de sushi, cultura oriental e bom jornalismo, um texto imperdível. É também uma amostra de como Tosches brinca com o texto jornalístico. A foto acima mostra um dos personagens da matéria, Maguro no kaiwa, abrindo um atum.
Um sushiman amigo me conta que, em São Paulo, no Ceasa, os fornecedores escondem os melhores peixes para os melhores compradores. "Só uns poucos conseguem os produtos mais raros", conta. Valeria investigar. Deixo aqui também a frase de abertura do livro de Tosches sobre o ópio:
"Veja bem, eu precisava ir pro inferno. Eu estava, pode-se dizer, com saudade de casa."

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Um vestido é só um vestido


Uma moda entre as noivas americanas que, mais dia ou menos dia, acabará por estas bandas: ao invés de encerrar a sessão de fotos durante a cerimônia de casamento, elas pedem ao fotógrafo que crie alguma história "pós-casamento" para o vestido (tão caro, tão caro): pode ser debaixo d'água, na areia, sobre um cavalo ou em qualquer outro cenário inspirado num editorial de moda da Elle ou Vogue. O importante, ao que parece, é que a foto reúna em si elementos de uma, humm, tragédia... ou algum código visual estranho, sei lá. Acima, o fotógrafo John Michael Cooper cria a sua "Ofélia" no undiscovered country de Hamlet... Dependendo do fotógrafo e da noiva, a coisa despenca para a cafonice americana. A novidade tem nome: Trash The Dress. E um site: trashthedress.com

As viagens e a escrita

Um trecho de uma entrevista com o escritor italiano Antonio Tabucchi, feita pelo jornalista (e também escritor) Renato Modernell. Está lá no site do Renato, autor do melhor livro sobre São Paulo já escrito, "Sonata da Última Cidade". Leitura obrigatória para quem tem uma relação de amor e ódio com a cidade. Segue o papo com o Tabucchi:



-- Os seus romances são freqüentemente romances de viagem. Quanto influem as viagens na sua escritura?

-- Acho que depende muito da situação em que a viagem ocorre. Fiz viagens que não resultaram em nada, talvez porque não me despertaram a emoção necessária ou porque não encontrei as pessoas certas. Mas houve também outras viagens, em geral para países dos quais eu não tinha a chave cultural, que mexeram muito comigo. Talvez porque eu tenha encontrado um personagem ou escutado uma história. Creio que uma viagem pode sugerir ou estimular um texto literário apenas quando se consegue manter os olhos bem abertos e captar diversos aspectos da realidade. E sobretudo escutar as histórias certas, o que me agrada muito. Isto pode acontecer em qualquer lugar, inclusive na minha própria casa. Foi o que aconteceu com as histórias que minha avó me contava e que mais tarde resultaram em "Piazza d’Italia". O mais bonito numa viagem é encontrar uma pessoa não esperada e que te diz alguma coisa, te conta uma história, te faz uma confidência, te faz talvez entender uma parte da vida. Mas na realidade isso pode ocorrer em qualquer lugar.
O Renato promove oficinas de escrita imperdíveis, que eu acho que vale divulgar. Em tempos de alta tecnologia, as pessoas andam querendo se expressar em blogs, livros, roteiros... Isso explica o sucesso desse tipo de oficina. Este parágrafo eu peguei no site dele:


  • Há décadas, universidades estrangeiras (inglesas, espanholas, americanas, canadenses) mantêm os chamados cursos de escrita criativa (creative writing) como um componente da formação em Letras. Mestrados e doutorados nessa área vêm tendo êxito sob o ponto de vista acadêmico e também de público. Na América Latina, embora só agora disciplinas desse tipo comecem a figurar em âmbito acadêmico, essa atividade já existe, de modo menos formal, há pelo menos três décadas. Na Argentina, no começo dos anos 70, difundiram-se as oficinas literárias com grupos de cinco a dez pessoas. No Brasil, por essa mesma época, a PUC-RJ criava uma das primeiras oficinas literárias (então denominadas workshops) por iniciativa dos escritores Silviano Santiago e Affonso Romano de Sant’anna. Renato Modernell começou a dirigir suas oficinas de escrita no final dos anos 80. Nessa época, reunia pequenos grupos de criação literária em seu apartamento na Vila Madalena, em São Paulo. No início da década de 1990, Modernell passou a trabalhar com grupos maiores, em programas organizados pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. De lá para cá, expandiu seu trabalho para públicos mais diversificados, dirigindo oficinas de escrita em faculdades, escolas, instituições culturais, empresas, ONGs e livrarias em diferentes cidades do país.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Martin Amis e a pornografia

Post do dia dos namorados: acabo de (re) encontrar esta reportagem escrita pelo Martin Amis para o jornal The Guardian sobre a indústria dos filmes pornográficos. É um texto de 2001, mas de forma alguma é datado. Poderia ser traduzido e publicado, sem medo, por alguma revista brasileira como a Playboy, a Trip ou a Piauí. Fica a sugestão (posso estar enganado, mas acho que o texto é inédito em português). Nos EUA saiu na extinta "Talk", editada pela Tina Brown.