quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

"Beber é ruim. Mas é muito bom."

Os editores do New York Times aproveitaram a semana de festas e coisa e tal e fizeram uma seleção de matérias sobre champagne que já saíram nas páginas do jornal. Veja aqui. Saúde.
Circular: "A vida, entretanto, é assim mesmo, uma repetição de atos e meneios, como nas recepções, comidas, visitas e outros folgares; nos trabalhos é a mesma coisa. Os sucessos, por mais que o acaso os teça e devolva, saem muitas vezes iguais no tempo e nas circunstâncias; assim a história, assim o resto." (Machado de Assis, "Memorial de Aires", 30/9/1888)
Circular: "Está bem, você riu muito. Mas depois que você riu, o quê? -- deixa de rir. A vida é só isso." (Millôr, 1965)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Lembro que os posts diários com sugestões de pautas e de leituras voltam no dia 7 de janeiro, após um breve recesso. Obrigado

domingo, 23 de dezembro de 2007

"2084", uma telenovela de Renato Pompeu

Depois de lançar "O mundo como obra de arte criada pelo Brasil", o jornalista e escritor Renato Pompeu resolveu se aventurar pelo mundo das telenovelas. Como presente de natal para os leitores deste blog, transcrevo aqui, com a permissão do autor, as inéditas primeiras cenas do roteiro de "2084", ainda incompleto. Feliz Navidad.



2084


Telenovela de Renato Pompeu


Seqüência 1 – cerca de três minutos
Exterior – estrada bucólica em 2084

Enquanto toca, alto, a música de fundo, e acompanhando seu ritmo, um jovem centauro, de feições chinesas, carregando a tiracolo um subnotebook, cavalga em forte galope pela beira de terra de uma estrada de asfalto dourado por onde circulam raramente alguns veículos ultramodernos; a estrada serpeia por entre montanhas, vales, planícies, planaltos, junto a praias e margens de rios, tudo entre muitas árvores de todos os tamanhos e muita vegetação, entremeada periodicamente por estranhas plantas de formas mecânicas e cores metálicas, sem folhas; o centauro cumprimenta criaturas aladas, como anjos e dragões, que passam pelos céus, juntamente com aves normais, aviões normais, naves espaciais e discos voadores; cumprimenta sereias e iaras e botos nos mares e nos rios, em terra encontra o Saci, o Lobisomem, faunos, gigantes, anões e outros seres fantásticos; passa por robôs, andróides e humanóides; passa por uma comunidade urbana de mulheres negras lindíssimas, todas iguais entre si, porque são clones, de preferência nuas, e por um curral em que estão clones de homens louros musculosos, de preferência nus, vigiados como se fossem gado por centauros e centauras, e, o jovem centauro, subindo os altos e baixos da estrada, chega às portas de um moderno prédio (por exemplo, do bairro ecológico de Estocolmo), onde reduz seu galope para entrar no prédio, à frente de cuja escadaria, ou a subindo para entrar, estão alguns jovens humanos normais e algumas jovens criaturas fantásticas, de ambos os sexos, todos com subnotebook a tiracolo, a cena se interrompendo quando o jovem centauro começa a subir a escadaria. Na fachada do prédio está escrito: "Escola Nova";



Música de fundo: Alma Llanera, cantada por homem.



Seqüência 2 – 30 segundos
Exterior – Comunidade de negras lindas clonadas, todas iguais entre si, em meio a muita vegetação, tendo ao centro uma planta-máquina que está produzindo canapés e outros salgadinhos.
Rodeadas por companheiras que ficam conversando, correndo, brincando, dançando, saltando, se abraçando, se beijando, se acariciando, duas negras clones ficam junto à planta-máquina. Uma delas está acessando o teclado que programa a planta-máquina:



Negra 1 (ao lado da que programa a máquina) – Já temos
salgadinhos suficientes. Vamos reprogramar a planta-máquina
para que produza garrafas de champanha. A festa tem de ser
de arromba.
Negra 2 (que programa a máquina) – OK, é para já.
Da planta-máquina param de sair salgadinhos e começam a sair garrafas de champanha.

Seqüência 3 – 30 segundos
Exterior – curral dos clones louros. Os centauros tangem alguns dos clones para a manjedoura.



Centauro 1 – Vamos, vamos, depressa, comam bastante Viagra, que em seguida vocês terão de servir bem direitinho as madames. Hoje elas estão bastante exigentes.
Alguns clones – (grunhem enquanto acorrem à manjedoura e comem)

Seqüência 4 – Um minuto
Interior do saguão de entrada da Escola nova.
Em meio a uma multidão de jovens humanos e fantásticos, com subnotebooks a tiracolo, andando para lá e para cá, conversando em duplas, aos trios e aos grupos, enquanto esperam a chamada para a aula inaugural, vigiados por seres humanos normais mais velhos, na maioria de cabelos castanhos, mas também negros, nórdicos e orientais, o jovem centauro chinês, chamado Liu, vê que se soltou a tira do subnotebook de uma jovem clone negra e o subnotebook foi ao chão, os dois se agacham para pegar e rola um clima entre eles, o centauro pega o subnotebook, os dois se erguem, a jovem clone negra pega o subnotebook e o repõe a tiracolo; rola um clima entre eles.



Jovem negra – Muito obrigada, você é muito gentil.
Centauro Liu – De nada, como você é bonita! Meu nome é Liu. Você veio também para a aula inaugural?
Jovem negra – Vim, fui convocada para representar as minhas irmãs; todas nós nos chamamos Mona, eu sou a 133. Não sei por que esse curso não é virtual como todos os outros, nunca vi um curso em que a gente tem de participar pessoalmente.
(Soa a campainha)
Enquanto soa a campainha, todos os jovens rumam para a sala de aula, orientados pelos seres humanos mais velhos, a jovem negra e Issao vão entrando juntos..
Centauro Liu – Também nunca participei de um curso ao vivo. Gostaria de saber do que se trata.



Seqüência 5 – um minuto e meio
Interior da sala de aula da Escola Nova
Os alunos vão se acomodando, abrindo os subnotebooks que automaticamente não precisam de mesa; sentam-se os que podem, os centauros e assemelhados ficam de pé.
O professor, um idoso ser humano normal, está à mesa, tendo atrás uma videolousa.



Professor – Bom dia. Vocês devem estar curiosos para saber por que foram convocados para cá. É que nós, os mais velhos – e eu estou com mais de oitenta anos – nós, do Conselho de Anciães, resolvemos contar para vocês como era o mundo quando nascemos, muito
diferente do que é hoje. Quando eu nasci, no ano 2000, havia bilhões de humanos como eu, uns poucos clones – nenhum de humano, e umas poucas quimeras, como um camundongo tendo ao dorso uma orelha humana. (aparece na lousa essa quimera, com a data de seu lançamento). Só depois disso é que apareceram os tipos de seres como a maioria de vocês. E mais, não havia plantas-máquinas, as pessoas tinham de fazer tudo que precisavam, o que se
chamava trabalho, a maioria não tinha acesso a tudo que precisava, não era como agora, que todos obtêm o que querem por meio das plantas-máquinas, de comida a ônibus espaciais.



O professor continua falando, mas não se ouve mais o que ele diz, enquanto a câmera passeia pela sala, mostrando os alunos quietos, atentos todos e espantados alguns.



Seqüência 6, 30 segundos.
Interior, quarto, cama de casal.
Um casal nu formado por uma mulher lindíssima e um clone louro do curral troca carícias, enquanto ele só grunhe e geme, do esforço e do prazer, ela fala em voz alta.



Mulher lindíssima – Ainda bem que não ensinamos vocês a falar, do contrário você estaria estragando tudo. Ai, que gostoso...



Seqüência 7, 30 segundos.
Exterior, saída do prédio da Escola Nova.
Em meio a outros alunos humanos e fantásticos que saem da escola após a aula, o centauro Liu e a clone negra saem juntos. Ele indica a ela a sua garupa e lhe oferece carona.



Liu – Posso levá-la aonde quiser ir. Você mora na colônia de clones negras? Quer que a leve para lá?
Clone negra 133 – Sim, vou para lá; se você quiser me levar, eu agradeço.



Ela sobe à garupa dele e ele cavalga de volta pela mesma estrada da seqüência 1.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Uma música nas férias

Um clipe para a sexta-feira, na férias: "Por que te vas", com Jannette.
Circular: "Um jornalista filantropo disse-me que a solidão é má para o homem, e, em apoio a sua tese, cita, como todos os incrédulos, as palavras dos Padres da Igreja.

Eu sei que o Demônio freqüenta prazerosamente os lugares áridos e que o Espírito do assassínio e da lubricidade inflama-se maravilhosamente na solidão. Mas é possível que esta solidão não seja perigosa senão para almas ociosas e divagantes que povoam suas paixões e suas quimeras.

É certo que um tagarela, cujo supremo prazer consiste em falar do alto de um púlpito ou de uma tribuna, se arriscaria a tornar-se um louco furioso na ilha de Robinson. Eu não exijo de meu jornalista as corajosas virtudes de Crusoé, mas peço que ele não acuse os amantes da solidão e do mistério.

Há, em nossas raças faladoras, indivíduos que aceitariam com menos repugnância o suplício supremo se lhes fosse permitido fazer do alto do cadafalso uma copiosa arenga, sem medo de que os tambores de Santerre lhes cortassem intempestivamente a palavra.

Não me apiedo deles, porque adivinho que suas efusões oratórias procuram volúpias iguais àquelas que outros tiram do silêncio e do recolhimento; mas eu os desprezo.

Desejo, sobretudo, que meu maldito jornalista deixe que eu me divirta a meu modo. "O senhor nunca aprova", disse-me ele, com um tom anasalado muito apostólico, "a necessidade de compartilhar suas alegrias?" Vejam vocês o sutil invejoso! Ele sabe que desdenho as alegrias dele e vem se insinuando nas minhas, o horroroso estraga-festas.

"Essa grande infelicidade de não poder estar só...", disse em algum lugar La Bruyère, como para envergonhar a todos os que correm para se perderem na multidão, temendo, sem dúvida, não poder suportar-se a si mesmos.

"Quase todos os nossos males nos vêm de não termos sabido ficar em nossos quartos", disse um outro sábio, Pascal, creio, lembrando assim na sua cela de recolhimento todos estes enlouquecidos que procuram a felicidade no movimento e numa prostituição que eu poderia chamar de fraternária, se quisesse falar na bela língua do meu século. (Charles Baudelaire, "Pequenos Poemas em Prosa"; os posts diários com sugestões de pautas e de leituras voltam no dia 7 de janeiro, após um breve recesso. Obrigado)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Circular: "Por volta dos 60 anos de idade, consegui afinal chegar a uma conclusão mais definitiva sobre qual é meu grande problema na vida: é que sou alérgico a seres humanos. Da grande maioria deles, pelo menos dos que fiquei conhecendo -- dos outros bilhões e tanto não posso falar -- não consigo agüentar a presença mais do que durante alguns segundos. Me dá uma aflição angustiada, uma vontade de fugir daquelas presenças. De outros consigo ficar perto por mais algum tempo, mas logo a situação também fica insuportável. Confesso que tenho um fraco por mulheres bonitas, mas nesse caso tudo o que acontece é que meu tempo de tolerância é um pouco maior. Logo, entretanto, estou aflito outra vez, por mais bela que seja a moça, e procuro escapar para longe." (Renato Pompeu no romance-ensaio "O Mundo como obra de arte criada pelo Brasil".)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Circular: "Há vozes parecidas com outras, que enganam muito, ainda quando a gente vai distraída. Há também ouvidos mal educados." (Machado de Assis, "Relíquias de casa velha")
Circular: "Mas, ainda que se trate de uma inação, a arte de não escrever não pode ser confundida com a preguiça, pois, ao contrário desta, requer método e força de vontade, e, se se pode falar em exercício, é o da ascese. Em termos mais práticos, seria comparável a parar de fumar ou aos regimes alimentares: a cada cigarro que você não fuma, a cada substância gordurosa de que se abstém, o ar penetra mais puro em seus pulmões, o sangue flui límpido por suas veias. Assim é também com a palavra: a cada uma delas não escrita, a atmosfera se torna menos rarefeita, a vida corre solta, a chuva e a noite caem sem nenhuma interferência sua e você, sem dar-se conta disso, tornou-se personagem em vez de autor. O resultado, uma vez vencido o medo inicial, é comparável a jogar-se num espaço sem fim. Se, para além dele, encontra-se a morte, esta também não é um obstáculo sólido. De todo modo, qualquer tentativa de evitá-la, outra grande motivação dos escritores, acaba por revelar-se fútil. Porém, se, apesar de tudo, a necessidade de expressar-se por escrito brota dentro de alguém como uma toxina endógena, é melhor expelí-la em palavras, sabendo sempre que a fonte é inesgotável; que escrever é como matar baratas com o sapato, elas continuam a se multiplicar, como neste ensaio aqui. Diante da contradição em que ele implica, o autor argumenta, em sua defesa, que talvez possa contribuir na formação desses seres tão singulares: os homens e mulheres comuns." (Sérgio Sant`Anna, "Jornal do Brasil" de 19/01/92)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Circular: "Esta vida é um hospital onde cada doente está possuído pelo desejo de mudar de leito. Este gostaria de sofrer em frente a um aparelho de calefação, aquele outro crê que se curaria em frente a uma janela. Parece-me que estarei sempre bem lá onde não estou, e essa questão de mudança é um assunto que discuto sem cessar com minha alma." (Charles Baudelaire, "Pequenos poemas em prosa").
Circular: "O importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas -- mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam." (Guimarães Rosa)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Circular: "– Na verdade me vieram algumas idéias – respondeu Sidarta – e de quando em quando tive percepções. Ocorreu-me às vezes sentir, por uma hora e mesmo durante um dia inteiro, a presença do saber no meu íntimo, assim como sentimos o pulso da vida no nosso coração. Certamente refleti sobre muita coisa, mas seria difícil para mim transmitir-te os meus pensamentos. Olha, meu querido Govinda, entre as idéias que se me descortinaram encontra-se esta: a sabedoria não pode ser comunicada. A sabedoria que um sábio quiser transmitir sempre cheirará a tolice.

– Estás brincando? – perguntou Govinda.

– Não brinco, não. Digo apenas o que percebi. Os conhecimentos podem ser transmitidos, mas nunca a sabedoria. Podemos achá-la; podemos vivê-la; podemos consentir em que ela nos norteie; podemos fazer milagres através dela. Mas não nos é dado pronunciá-la e ensiná-la. Esse fato, já o vislumbrei às vezes na minha juventude. Foi ele que me afastou dos meus mestres. Uma percepção me veio, ó Govinda, que talvez se te afigure novamente como uma brincadeira ou uma bobagem. Reza ela: “o oposto de cada verdade é igualmente verdade”. Isso significa: uma verdade só poderá ser comunicada e formulada por meio de palavras quando for unilateral. Ora, unilateral é tudo quanto possamos apanhar pelo pensamento e exprimir pela palavra. Tudo aquilo é apenas um lado das coisas, não passa de parte, carece de totalidade, está incompleto, não tem unidade." (Herman Hesse, "Sidarta”. Lembro que os posts diários voltam no dia 7 de janeiro, após um breve recesso. Obrigado)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Férias. Volto no dia 7. Obrigado pela leitura atenta. Abraços, R.
Circular: "Não é exclusividade dos velhos achar que a vida, um dia, lá atrás da curva, foi melhor ou mais fácil. Ao entrar na idade adulta, todos temos um espelho retrovisor capaz de fazer os pontos de referência anteriores parecerem mais firmes. Pura ilusão. Nossa memória seletiva produz essa imagem achatada. Na segunda-feira de manhã, na hora da barba ou do batom, nós nos olhamos no espelho frontal e podemos ver as coisas como são hoje. A vida tem de ser vivida no peito e na raça, cada coisa conquistada no momento exato, com base numa experiência que temos e não temos. E só faz sentido quando foge à regra. A regra sempre será uma bolha de sabão. Até ontem, era feita pelos outros." (Renato Modernell em "No Conforto das Regras")

terça-feira, 11 de dezembro de 2007


Foto da Reuters publicada no Oddly Enough, um dos blogs da agência de notícias. Eu ia sugerir como foto para as retrospectivas, mas percebi que a imagem é de 2006. Tudo bem, fica para uma outra oportunidade.

França contra EUA, de novo

A revista Time publicou um artigo afirmando que a cultura francesa está morta. Bernard-Henri Lévy respondeu com um texto no Guardian.

4 frases úteis em 435 línguas

Muito boa idéia a deste site: "The Four Essential Travel Phrases in 435 languages + 242 dialects + 49 conlangs!" As frases são: 1) Where is my room? 2) Where is the beach? 3) Where is the bar? 4) Don't touch me there!.

A ciência da concepção

Uma das matérias mais lidas da mais recente edição da Newsweek é sobre fertilidade: "Fat, Carbs and the Science of Conception -- In a groundbreaking new book, Harvard researchers look at the role of diet, exercise and weight control in fertility. Guarantee: you will be surprised." Bom assunto, valeria repercutir.

Músicas boas com mais de 7 minutos

Uma lista bacana que está no site da Rolling Stone americana: "The Fifty Best Songs Over Seven Minutes Long".

Arlindinho, o Bozo

Sugestão de leitura: o perfil, publicado pela Piauí, de Arlindo Tadeu Barreto Montanha de Andrade, ator que interpretou o palhaço Bozo, no SBT. Um trecho do texto de Raquel F. Zangrandi: "'Fiquei pelado durante dois anos na minha vida', ele conta, referindo-se aos filmes e peças que fez no início dos anos 80: O Império das Taras, Me Deixa de Quatro, A Insaciável, Corpo Devasso, Delírios Eróticos, As Histórias que Nossas Vovós não Contavam etc. No final de uma de suas peças pornográficas, sua mãe foi ao camarim: 'Arlindinho, não foi isso que eu planejei para você, meu filho'. A morte da mãe, pouco depois, foi um grande choque e só agravou seu mergulho nas drogas, sobretudo cocaína. Para se livrar da dependência, fez curso de ioga, meditação transcendental, freqüentou mesas de kardecismo, terreiros de umbanda, quimbanda e candomblé."

Momento musical

Música para a terça-feira: "Henry Lee", com P. J. Harvey e Nick Cave. Via Comunismo da Forma.
Circular: "Se desejas comprimir algo,
deves primeiro deixá-lo expandir-se.
Se desejas enfraquecer algo,
antes fortalece-o.
Querendo anular algo,
precisas primeiro aumentá-lo.
Para alimentar-se de algo,
precisas primeiro nutri-lo.
A isto se chama enxergar claramente no invisível.

O suave vence o duro,
o fraco vence o forte.

O peixe não deve irromper subitamente das profundezas.
Não se deve exibir as ferramentas que conduzem ao reino."

(Lao Tse)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Hora de beber

Boa lista para ter na carteira, dobradinha: "10 best winter warming British pubs". Saiu no Times de Londres.

As idéias de 2007

O New York Times publicou, na revista de domingo, uma retrospectiva de "idéias" que, na opinião dos jornalistas, marcaram o ano de 2007. "Editors and writers trawl the oceans of ingenuity, hoping to snag in our nets the many curious, inspired, perplexing and sometimes outright illegal innovations of the past 12 months. (...) For better or worse, these are 70 of the ideas that helped make 2007 what it was." Achei curiosa esta novidade que a publicação destaca, o e-mail póstumo: "A macabre niche in the online economy is now being filled by Web sites that allow users to send e-mail messages from beyond the grave. For a modest fee, sites like youdeparted.com, letterfrombeyond.com, mylastemail.com and postexpression.com will send e-mail with instructions to be followed in the event of your death. (A beneficiary notifies site administrators of your passing.)" Muito estranho.

"Quando ele tinha a minha idade...."

Muito divertido o serviço que este site oferece: "Things Other People Accomplished When They Were Your Age". No meu caso, perdi de lavada. Com a minha idade, "after four years, Michelangelo finally finished painting the ceiling."

Os desenhos de Don Martin


Outra coleção que rende uma boa matéria neste mês de poucos assuntos: "The Completely MAD Don Martin". O Washington Post publicou ontem um texto sobre o lançamento.

Os bastidores de "O Iluminado"

Descobri hoje: Vivian Kubrick, filha de Stanley Kubrick, fez um documentário sobre as filmagens de "O Iluminado". Ela tinha 17 anos na época. Assista aqui.
Circular: "Psicanalista é um profissional que em casa de enforcado fala o tempo todo em corda." (Millôr Fernandes)

domingo, 9 de dezembro de 2007

Circular (um pouquinho mais longa; hoje é domingo e dá tempo de ler): "Eu, Renato Ribeiro Pompeu, conhecido como Renato Pompeu, brasileiro, 57 anos, jornalista desde 1960, venho por meio desta comunicar a quem interessar possa que, a partir de 16 abril de 1999, mudei de ramo de atividade, com o objetivo de poder desligar-me da imprensa e assim poder continuar sendo, como sempre fui, jornalista, o que praticamente deixou de ser possível na imprensa. Tornei-me o sócio majoritário da Drogaria Ginseng Ltda., no prédio em que moro, na Rua Cardeal Arcoverde, 2.205, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, capital, onde terão desconto de pelo menos 5% os jornalistas, os sindicalizados em geral, filiados a qualquer partido político ou membros de qualquer ONG ou entidade cultural, escritores e artistas, professores e estudantes do fundamental, secundário e superior. Também haverá descontos, além de a aposentados, a desempregados e a quem ganhar menos do salário mínimo tal como deveria ser a partir dos cálculos do Dieese.

Assim, tendo uma base de sustentação, vou passar a produzir para os meios de comunicação apenas textos jornalísticos no sentido técnico e profissional do termo. Não mais pretendo escrever sobre assuntos sem importância jornalística. Nunca escrevi mentiras, ou o que eu achasse que não era verdade (a não ser como ficcionista), mas muitas coisas de interesse público de que tenho conhecimento jamais puderam ser publicadas. Agora pretendo, sobre cada assunto, escrever tudo que sei e achar relevante e puder provar. Também não pretendo mais trabalhar nas condições em que estão sendo forçados a trabalhar os jornalistas assalariados ou com contrato de prestação de serviços. Essas condições, em geral, são as seguintes:

*A imprensa é forçada, para ter público, a defender os valores da democracia, da igualdade de direitos e outros valores humanistas e progressistas, valores que são totalmente desrespeitados nas redações, onde reina um autoritarismo despótico, uma desigualdade flagrante, em especial entre homens e mulheres, e métodos de gestão que estão sendo abandonados há muito até mesmo nas fábricas; em todo o mundo se incentivam, nas empresas mais modernas, a gestão participativa, a autonomia para tomada de decisões no setor de sua competência, o respeito à individualidade de cada um, o estímulo à criatividade de todos.

*A imprensa só usa os avanços tecnológicos para cortar custos. Com base em que as modernas tecnologias de texto permitem a uma só pessoa fazer os trabalhos de apuração, checagem, redação, edição e revisão, foi eliminado um sem-número de funcionários que antes tinham cada um uma função específica. Isso não leva em conta que as tecnologias novas abrem possibilidades, mas demora muitos anos para que surjam profissionais com competência para concretizar essas possibilidades. Por exemplo, a máquina de escrever surgiu no Brasil antes de 1890, mas nos anos 1950 a escritora e jornalista Patrícia Galvão, a Pagu famosa, como redatora da Agence France Presse, e que não era nenhuma incompetente, ainda ditava seus textos a um datilógrafo profissional. Desde os anos 60, todos os jornalistas sabem teclar textos (com raríssimas exceções vindas da fase anterior), mas muito poucos são capazes de fazer todo e qualquer tipo de trabalho jornalístico. Assim se multiplicam os erros grotescos de digitação e de revisão, para não falar de apuração, edição, redação e checagem – exatamente como surgiriam erros grotescos se a Pagu tivesse de datilografar. Note-se ainda que as novas tecnologias não são adotadas quando melhoram o produto e o serviço mas não cortam custos. Se cada editoria tivesse um grupo de jornalistas, ou pelo menos um, vasculhando ininterruptamente a Internet sobre os vários temas em pauta, o nível informativo melhoraria muito, mas isso não reduz custos e praticamente não é adotado.

*Grande parte dos chefes se tornaram meros fechadores. Um editor de seção, por exemplo, teria de dominar o âmbito de sua editoria, ter fontes próprias, ter informações não de outras mídias e sim estar por dentro de fato dos assuntos cuja cobertura orienta. Tem de circular na sociedade, seja pessoalmente, seja pelo telefone, seja pelo correio eletrônico, seja por fax. Teria, acima de tudo, de assumir a responsabilidade pela procedência das notícias e dados que manda publicar. No entanto, quando surge qualquer falha no noticiário, quem paga o pato é algum subalterno ou subalterna inexperiente.

*As promoções e demissões, em grande parte das redações, não são decididas a partir da competência profissional de cada um ou cada uma, e sim pelas ligações pessoais com as chefias, ou seja, pela antiquada e obsoleta ética do favor, do clientelismo, do assédio; uma redação é mais parecida com uma fazenda de coronéis, agregados e colonos do que com uma empresa capitalista ou pública.

*Permitam-me acrescentar um item pessoal: para mim é muito difícil conviver com homens que não gostam de mulheres. Sou fã convicto e notório de mulheres em geral. Como as mulheres são particularmente destratadas nas redações, esse ambiente se tornou insuportável para mim, além de pelos itens citados, também por essa razão.

Pretendo continuar sendo jornalista, na medida do possível, e para isso tenho de me afastar do jornalismo e, nesse ramo de mídia, só trabalhar por empreitada.

De agora em diante, na imprensa e mídia em geral, só farei jornalismo e nada mais (exceto como ficcionista) e, como, por já ser quase sexagenário e ter muitas responsabilidades em relação a outras pessoas, não tenho mais condições de enfrentar as agruras (e nem o dirigismo) das mídias ditas alternativas, me tornei comerciante para poder bancar essa situação de jornalista por empreitada.

Como saúde também é cultura, e como cultura também é saúde, haverá um cadastro das compras de cada freguês(a), e, quando um ou uma cliente acumular gastos de 50 reais, terá direito a uma lauda minha sobre qualquer assunto (já que sou jornalista especializado em jornalismo). Quando os gastos superarem 300 reais, a cliente ou o cliente terá direito a uma palestra minha de hora e meia, sobre o assunto solicitado, para até seis pessoas à sua escolha, durante a qual, com meu acervo de obras de referência, inclusive eletrônicas, tentarei responder a qualquer pergunta que me seja feita.

Muitas drogarias dão brindes e estes são os brindes que posso proporcionar. Quem tiver interesse nesses serviços, e não quiser comprar nada na drogaria, terá de pagar 30 reais por lauda e, no caso de jornalistas, ou quaisquer finalidades de lucro, a tabela do sindicato. A palestra de hora e meia fica em 180 reais (30 reais por pessoa). Tanto os textos como as palestras, no caso de não-clientes da drogaria, entram no lema satisfação garantida ou seu dinheiro devolvido na hora – mas, se eu julgar que a pessoa está abusando do direito de não me pagar, por eu ter prestado um serviço que me pareceu adequado, não prestarei mais serviços de nenhuma espécie a essa pessoa e exigirei a devolução imediata da lauda ou laudas, já que a palestra não pode ser devolvida.

Só assim, nas condições atuais, poderei me manter com independência suficiente para garantir um mínimo de nível técnico e profissional nos meus trabalhos jornalísticos por empreitada, já que não pretendo mais ser empregado, nem assinar contratos de prestação de serviços. E me disponho em particular a coordenar trabalhos práticos e atividades de pesquisa dos estudantes e outros interessados na área de humanas, nas condições acima expostas.

Sem mais, agradeço a atenção e aguardo quaisquer retornos."

(Renato Pompeu, "Saúde também é cultura, cultura também é saúde", copyright Caros Amigos, maio/99)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Para viajar em 2008

O suplemento de turismo do New York Times que circula com o jornal de amanhã traz os "53 places to go em 2008". Do Brasil, os editores escolheram Itacaré, mais especificamente o Warapuru, um luxuoso eco-resort que será inaugurado no ano que vem. "Designed by the London-based Anouska Hempel, the resort has brought attention to Itacaré, an under-the-radar beach town on Brazil’s north coast that draws celebrities and the elite of Rio de Janeiro."
Circular: "Aquele que não sabe e não sabe que não sabe é tonto, fuja dele. Aquele que não sabe e sabe que não sabe é humilde, ensina-o. Aquele que sabe e não sabe que sabe está dormindo, desperta-o. Aquele que sabe e sabe que sabe é sábio, siga-o." (Provérbio chinês)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Os livros do ano da "The Economist"


Chegou a vez da revista The Economist soltar a lista dos melhores livros do ano: "History, politics, music, business, biography, memoir, letters and fiction. There is something for everyone in this round-up of the year's best books". Gostei deste aqui: "The Cigarette Century: The Rise, Fall, and Deadly Persistence of the Product that Defined America", de Allan M. Brandt. Diz a matéria:"As recently as the late 1990s cigarettes killed more Americans than AIDS, car accidents, alcohol, murder, suicide, illegal drugs and fire. Nevertheless, the industry survived. This is the first full and convincing account of how it did so."

"Banheiro-aquário"

Descobri um banheiro relaxante (invenção japonesa). Boa pauta (humm, fiquei na dúvida) para as revistas de decoração... Assista aqui e tire as suas próprias conclusões. Este outro aqui não é tão legal, mas as crianças podem gostar.

No futuro, todos seremos esquecidos

O Skarabej é um site que coleciona fotos antigas de famílias. É um arquivo de memórias de pessoas desconhecidas. Boa parte das fotos eles acharam nos "mercados das pulgas" de cidades do leste europeu, dentro de caixas de sapatos.

Um "Orkut" pra cachorros

O New York Times fez uma matéria sobre o Dogster, uma espécie de Orkut para cachorros. Curioso - jornalisticamente falando... "There, my dogs (along with 346,639 other four-legged members, as of last week) had their own profile pages that listed their likes and dislikes, personal mottoes — Otto’s is “Are you going to finish that?” — and best tricks (“catching seedless grapes in mid-air”). "

Nostalgia televisiva

Quem gosta de comerciais de TV e desenhos animados dos anos 80 e 90 deve dar uma olhada no site RetroStatic. É isso.

A era do medo

Muito bacana esta pesquisa que o Wall Street Journal publica na edição de hoje. Recomendo. "For many Europeans, life has never been better. But when they consider how their lives and societies are changing, large numbers are dissatisfied and pessimistic about the future. A recent survey on fears for society as a whole and about anxieties on a personal level found a striking level of negative responses". Se na Europa a coisa está assim...
Circular: "Você lê na última página, sob o título 'Epígrafe', uma frase de Bernard Shaw, tirada do prefácio de 'Matusalém', e já não sabe para que a anotou, talvez por ser intrigante, nem sabe para epígrafe de qual conto, ou romance, ou artigo iria ela, e a acha de novo intrigante: 'A Natureza não privilegia o homem. Se o homem não der certo, a Natureza tentará outra experiência.' Você olha aquela agenda quase sem serventia, como certas chaves que não usamos nem tiramos do chaveiro, esquecidos de que portas abriam, mas esperançosos de que abram alguma, algum dia, e a coloca de novo no armário." (Ivan Angelo)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Os hotéis de Francis Ford Coppola

O Independent fez uma matéria interessante sobre os hotéis de Francis Ford Coppola na América Central (Guatemala e Belize, para ser mais exato): "He's one of the biggest names in Hollywood but making movies isn't Francis Ford Coppola's only skill. He also runs successful hotels. Julie Eagleton finds out about his three resorts in Central America". Leia aqui.

Romance no trabalho

Um livro que rende uma pauta: "Office Mate: The Employee Handbook for Finding--and Managing--Romance on the Job", de Stephanie Losee e Helaine Olen. O Boston Globe fez uma matéria.

Presente sexy

Peguei lá no Village Voice: "Eighth Annual Sexy Gift Guide -- High-tech vibrators, anal treasures, and rock-star porn". Tem várias dicas de produtos, com links e coisa e tal.

O som da Itália

Uma música italiana para abrir a quinta-feira: "Torero", com Renato Carosone. Nostálgica.
Circular: "Um grande pensador do nosso tempo disse uma vez que todo homem pode conhecer, dentro de sua casa, tudo aquilo que vale a pena conhecer. A beleza, o amor, o sentido da dor e da morte, a inocência e a culpa – cada pessoa, cada objeto, cada quarto contém o que o mundo lá fora possui. E se alguém deseja viajar por muitos lugares para aprender, talvez fosse bom lembrar antes que quem não vê o mundo inteiro no seu quarto, ou na pessoa a seu lado, não o vê em parte alguma, por mais que procure. A revelação dessa verdade simples pode ser o começo de uma grande mudança. " (Luiz Carlos Lisboa)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Encontros e desencontros

Uma sugestão para os cadernos de turismo: "Top 10 Tokyo hotels -- Justin McCurry recommends 10 great places to stay that won't leave you out of pocket in Japan's most expensive city". Saiu no Guardian.

O dono da voz

Boa pauta e bom presente de Natal para os amigos: "The evolution of Sinatra -- who himself came to deeply influence both popular singers and jazz instrumentalists -- is celebrated in a four-CD set, "Frank Sinatra: A Voice in Time," (1939-1952), available in stores or at Amazon.com." Leia matéria publicada hoje pelo Wall Street Journal.

Lembrando de Sharon Tate



Boas referências para o pessoal da moda: fotos da Sharon Tate. Para quem nao a conhece, transcrevo trecho publicado pela Folha de S.Paulo no dia 10 de agosto de 1969: "A atriz Sharon Tate, uma das estrelas de "O Vale das Bonecas", foi encontrada morta ontem com um ferimento de bala e uma corda de nylon no pescoço, em uma cena que fazia lembrar um rito religioso sobrenatural. Quatro pessoas - três homens e uma mulher - estavam mortas no mesmo local, com ferimentos de bala ou faca. Todos os cadáveres foram encontrados na casa de Sharon, no elegante bairro de Beverly Glen. Sharon, uma bela loira de 27 anos casada com o diretor Roman Polanski, de "O Bebê de Rosemary", vestia apenas um biquíni e foi encontrada com a corda de nylon no pescoço. A corda tinha sido lançada por sobre uma viga e a outra ponta estava amarrada ao pescoço de um rapaz, tambem morto." Link das fotos via Alexandre Soares Silva.

"Pelotas, 1724..."

Ainda não tinha visto o curta "O Destino de Miguel", uma redublagem do filme "Shakespeare Apaixonado" que teve a participação de Lázaro Ramos, Wagner Moura e Igor Cavalera, entre outros. Caetano Veloso faz uma participação curtinha (é a voz do garçom). Se você também não viu, veja aqui.
Circular: "O problema com que se depara um jornal moderno, pressionado pela necessidade de se manter como um negócio lucrativo, é o de conquistar o interesse deste homem inferior -- e, por interesse, não me refiro naturalmente à sua mera atenção passiva, mas à sua ativa cooperação emocional. Se um jornal não consegue inflamar seus sentimentos é melhor desistir de vez, porque estes sentimentos são a parte essencial do leitor e é deles que este draga as suas obscuras lealdades e aversões. Bem, e como atiçar os seus sentimentos? No fundo, é bastante simples. Primeiro, amedronte-o -- e depois tranqüilize-o. Faça-o assustar-se com um bicho-tutu e corra para salvá-lo, usando um cassetete de jornal para matar o monstro. Ou seja, primeiro, engane-o -- e depois engane-o de novo." (Henry Louis Mencken em "Sobre Jornalismo", texto de 1920 publicado em "O Livro dos Insultos")

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"L'enfer de la bibliothèque"


Uma exposição, inaugurada hoje na Biblioteca Nacional francesa, apresenta "300 jóias bibliográficas de alta voltagem erótica", informa o El País. Vai até o dia 2 de março. Neste mês de pautas magras, vale noticiar. Dá leitura. Aqui, uma galeria de fotos.

A cabeça do perfeccionista

Interessante esta matéria publicada hoje na editoria de saúde do New York Times: "Unhappy? Self-Critical? Maybe You’re Just a Perfectionist".

A fotografia morreu?

Para quem acompanha os movimentos da arte contemporânea, vale olhar este texto publicado na Newsweek: "Is Photography Dead?". É realmente uma boa reflexão. "The last art form to be tethered to realism, its factual validity has lately been manipulated and pixelated to the point of extinction."

Sua vida decodificada

Muito boa a matéria de capa da última Wired: "A new US$ 1000 DNA test can tell you how you'll live -- and die. Welcome to the Age of the Genome."
Circular: "O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço." (Italo Calvino em As Cidades Invisíveis)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Os EUA e as drogas

Sugestão de leitura: "How America Lost the War on Drugs -- After Thirty-Five Years and $500 Billion, Drugs Are as Cheap and Plentiful as Ever: An Anatomy of a Failure." Saiu na mais recente edição da Rolling Stone americana.

Turismo selvagem

O suplemento de turismo do Times de Londres indica hotéis onde é possível dormir em árvores. Achei curioso. Leia a matéria "12 top jungle treehouses -- From Sweden to South Africa, we round up a dozen of the best hotel treehouses on earth." Boa pauta.

"Zed is dead, baby"



Achei este site ontem. Me diverti bastante olhando as capas das revistas. "The Pulp Gallery is a visual reference guide to the wonderful cover art of pulp and pin-up magazines. Primarily the Gallery focuses on pulp cover art from the 1920's through the 1950's and includes some magazines from beyond those date ranges."

Updike e os dinossauros

Curioso: a National Geographic pediu ao escritor John Updike um texto sobre dinossauros bizarros. Leia aqui.

O turista solitário

Boa pauta publicada pelo suplemento de turismo do New York Times: "The single traveler is being courted with more options (and deals) than ever." Leia.
Circular: “Tenho quarenta e seis anos, moreno, cabelos pretos, com meia dúzia de fios brancos, um metro e 74 centímetros, casado, com três filhos e um genro, 86 quilos bem pesados, muita saúde e muito medo de morrer. Não gosto de trabalhar, não fumo, não durmo com muitos sonos, e já escrevi 11 romances. Se chove, tenho saudades do sol, se faz calor, tenho saudades da chuva. Sou homem de paixões violentas. Temo os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo de meus amigos e capaz de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Não sou mau pagador. Se tenho, pago, mas se não tenho, não pago, e não perco o sono por isso. Afinal de contas, sou um homem como os outros. E Deus queira que assim continue.” (José Lins do Rego)